Eis aqui um cara que não sabia o que era o amor, falo daquele
tipo que existe entre duas pessoas. Do tipo que congela o tempo e que traz brilho
no olhar. Aquele do tipo que se canta nas canções e que faz rimas em poesias.
Tenho que admitir que eu era muito cético em relação a estar com
alguém e não me sentir preso. Sempre tive medo de ter as asas da minha
liberdade amarradas ou forçadas a dar voos baixos demais. Por isso sempre
pensei que nunca encontraria alguém que me fizesse querer estar junto o tempo
todo ou querer pertencer.
Já contei aqui como nos conhecemos, como houve desencontros até o momento
certo e até como rolou o primeiro beijo no parque. Acho digno hoje, na nossa
celebração de 36 meses juntos, eu contar a história do pedido de namoro.
Titio João Verde em seu livro “A culpa é das estrelas” escreveu que “[...]
existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1”, mas para nós os números
que importam moram em casas mais elevadas.
Ainda da época em que estávamos nos conhecendo, certo dia comentei com
ela sobre ter terminado de ler o quinto livro da trilogia do “Guia do
Mochileiro das Galáxias”, você não leu errado, era o quinto da trilogia mesmo. Os
livros do Guia são extremamente peculiares e tão nonsense que chegam a fazer
sentido ~ ou não ~ talvez por isso, são livros que nem todo mundo lê e encontrar
alguém que o fez é raro. Não foi esse o caso, pois quando comentei sobre isso,
ela disse que já os tinha lido também [insira gif de uma pessoa chocada aqui].
Mas o que o João Verde tem a ver com isso? Nada, talvez só pelo fato
de termos lido o livro dele também, mas a introdução dos números foi necessária
por causa do Guia.
O dia do parque, nosso primeiro beijo, foi um dia 26 (de abril para
ser mais exato) e eu queria que, de alguma forma o número 42 (
clique aqui para saber mais), fizesse parte de nossa história.
Calma que tudo vai ficar claro no final.
A questão é que para que eu tornasse o 26 um 42, eu precisava de um
16, pode fazer as contas aí.
Na primeira parte desse texto eu disse da minha dúvida sobre
relacionamentos e por isso eu sempre fui muito incerto e vagaroso com eles,
lembrando também que fazia menos de 2 meses que eu a conhecia e menos de 1 mês que
estávamos juntos, mas sem rótulos (não que eles sejam importantes), mas enfim,
o ponto é que eu não sabia se já estava pronto para pedi-la em namoro ainda,
bem, não completamente.
Chegamos então ao dia 16 de maio de 2014, se o pedido não rolasse
aquele dia eu teria que esperar até o próximo dia 16.
Fiquei o dia todo pensando nisso, se deveria pedi-la em namoro ou
esperar mais um pouco, afinal estávamos nos conhecendo e havia muitas de
minhas esquisitices que ela ainda não conhecia.
Como sempre, nos falávamos pelo WhatsApp todas as noites e, nessa em
particular, ela disse que estava me preparando um presente, que quase não chegou
no mesmo dia, uma apresentação em Power Point, tipo um guia musical
sobre nossos encontros e desencontros.
Foi essa apresentação que me deu a certeza necessária de que ela era uma garota que eu não poderia deixar escapar da minha vida. Então, pelo
WhatsApp rolou o seguinte diálogo:
23h49 16 de mai - Rodolpho Padovani: Me dei conta que nunca perguntei
oficialmente se queria namorar um louco que escreve
23h50 16 de mai - Joyce Gomes: Hahaha, não perguntou
23h50 16 de mai - Joyce Gomes: Eu estou te deixando no seu tempo
23h50 16 de mai - Rodolpho Padovani: Isso meio que foi a pergunta
23h50 16 de mai - Joyce Gomes: Hahaha
23h50 16 de mai - Rodolpho Padovani: Hahaha
23h51 16 de mai - Joyce Gomes: Simmmmmmm
23h51 16 de mai - Joyce Gomes: Eu estava esperando essa pergunta
23h51 16 de mai - Joyce Gomes: Há um tempo
23h51 16 de mai - Rodolpho Padovani: Rá, até meu pedido foi incomum,
hahaha
Daí eu disse que no dia seguinte ela entenderia porque teve que ser
por mensagem.
No outro dia, nos encontramos na feira do livro da cidade e eu perguntei
se ela se lembrava do dia do nosso primeiro beijo. Ela disse que sim e
respondeu: 26 de abril. Eu disse para ela somar 26 e 16 e no calor do momento a
pessoa de Humanas deslizou um pouco na resposta. Eu, pacientemente e dando
aquele tapinha encorajador no ombro dela, disse: “soma de novo”. Por fim ela
chegou no 42 e obviamente entendeu a referência.
Desde então esse número tem um papel importante em nossa história e
nos persegue várias vezes e em vários lugares, e além do livro, tem um
significado que é só nosso.
Hoje não tenho mais dúvidas sobre o amor e relacionamentos, pois
aprendi que uma vida no plural pode ser vivida sem que a singularidade de cada
um perca espaço. E só tenho a agradecer por poder bater minhas asas junto dela
muito acima das nuvens.
P.S.: A imagem é do fundo padrão do whatsapp *-*