20/04/2018

Entrelinhas




(…) So give me your word
and I'll give you all I've got
No, we don't have much
but it sure feels like a lot…

Pense nas surpresas. Começar algo pelo fim te dá o vislumbre do que há pela frente, mas não te mostra o caminho feito para se chegar até lá. As surpresas são assim, na maioria das vezes vemos apenas a parte final dela, a explosão, o impacto do inesperado, o rosto em choque, o pulo de susto ou o sorriso da descoberta, mas não seria interessante desvendar os bastidores de uma surpresa? Percorrer os caminhos secretos e intrincados que levaram até o clímax e entender como tudo foi minuciosamente arquitetado.

Joyce, my wrecking ball, quer

Bem, vou lhe dar essa oportunidade única de não só compreender os passos, mas de também desvendá-lo pouco a pouco. Isso tudo é muito mais que palavras soltas reunidas numa tapeçaria para formar um sentido. Há mais por trás dessas palavras. Há segredos escondidos. Nada disso foi impensado, as escolhas foram feitas para honrar um símbolo, não uma tradição, mas sim um código recheado de formas, números e sutilezas que pertencem somente a eles dois.

casar comigo?

Talvez eu me perca em alguns momentos e te deixe sem rumo, perambulando por um trecho de letras que não parecem ter conexão com nada mais. Talvez isso aconteça mesmo. Não vamos começar pelo fim, afinal. O começo, bem lá no início pode guardar a maior pista de todas. Pode ser a chave que abre várias portas nos corredores do local.
Você sabia que as palavras cantam? Elas têm som, tem tom, tem até um violão se você imaginar bem o bastante. Elas têm muito mais do que nós mesmos, às vezes, não podemos ter. Mas vamos prosseguir, tenha você descoberto o segredo ou não.

Aguardo

Há vários motivos costurados nesse plano, já falei sobre honrar os símbolos, mas há um que de tão ímpar acaba sendo par, veja só que paradoxo. Não se precisa de equações complicadas de tantos graus para entendê-lo, por vezes os princípios mais básicos detêm a resposta. Por falar em resposta, eu já a possuo, ela pertence ao final, mas criar esse suspense me apetece. É um jogo de palavras que eu gosto de jogar.

a resposta

As palavras são histórias também, elas têm cores primárias, têm toques e sabores, por quê não? Sendo assim, elas podem ter cheiro, quem sabe um cheiro de chuva ou da terra molhada de um parque no início de um chuvisco enquanto o sol ainda observa o mundo lá de cima. Não há como contar histórias sem a presença delas, que vão desde versículos, capítulos até calhamaços que governam o reino literário.

Mas sei

Veja, até os bastidores são complexos de se entender quando você está do lado de fora, eu admito isso e posso entender qualquer absurdo ou fragmento que tenha feito você se perder até chegar aqui. Tenho que dizer que estamos chegando ao fim, todas as peças do quebra-cabeça já foram espalhadas. Talvez eu tenha feito essa caçada difícil demais, nem eu mesmo consigo entender claramente os planos de minha mente. Mas tudo já foi dito, descarada ou implicitamente, há que ter atenção aos mínimos detalhes. A resposta a gente já tem, mas como diria um supercomputador futurístico: você tem que fazer a pergunta certa.

que é sim

Conseguiu desvendar o mistério dessas palavras? Algumas confusões por mais ordenadas que sejam podem acabar atrapalhando, mas não há mal algum em pedir ajuda. E essa é a última pista que deixo aqui.

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