12/06/2017

O presente que não chegou


Sei que essa data com o tempo se tornou uma isca do capitalismo para fazer os apaixonados gastarem seu dinheiro com buquês de flores e chocolate em caixas com forma de coração, tudo muito bonito, mas não para mim, obrigado.
Gosto de presentear com coisas que possuam um significado para mim e, que por isso, terá para a outra pessoa.
Nós compartilhamos a paixão por livros, pelas histórias, personagens e cenários. Portanto esse seria o presente ideal há três anos no nosso primeiro dia dos namorados juntos.
Escolhi dois dos meus livros favoritos e os comprei para ela (O Nome do Vento e O Temor do Sábio, do barbudo Patrick Rothfuss que até hoje está devendo o terceiro livro para encerrar a história), além de acrescentar "O Escritor que nunca viu e outras histórias", livro que contém um conto meu de um concurso que participei alguns anos atrás.
Eu não podia estar mais satisfeito com o presente, pois sabia que ela gostaria bastante. A encontrei  naquele dia na rodoviária, próximo ao local do primeiro beijo roubado e a presenteei, confesso que não fui romântico a ponto de embrulhar os livros, mas convenhamos que a embalagem não importa de qualquer jeito.
Não fui esperando, não 100%, receber algo em troca, tinha só uma pontinha de curiosidade para saber o que ela poderia ter comprado para mim.
Fomos para casa dela e lá ela me entregou meu presente: um marcador de páginas personalizado e um chocolate roubado do presente da amiga para o namorado dela. É, eu sei.
Então ela contou a história de como meu presente foi entregue no seu trabalho, mas estava no nome da mãe dela, portanto alguém mandou de volta por não reconhecer o nome, meu suposto presente também era um livro, dos favoritos dela.
Acreditei na história para o bem da relação, claro.
Mais tarde naquele dia, ou talvez em outro em que eu estava lá, ela recebeu um telefonema da Submarino sobre a entrega e vejam só, ela tinha conseguido comprar o último livro do estoque, portanto com o rolo da devolução e tal, não tinha mais o livro disponível.
Lembro de ter chegado em casa, da minha mãe super feliz me perguntando o que eu tinha ganhado e eu mostrando o marcador.
Meu presente por fim chegou com um ou dois meses de atraso, eram dois livros (Labirinto e Sepulcro, da Kate Mosse, pelo que me consta também há um terceiro livro ainda para lançar).

Embora eu não tenha ganhado presente no dia em si, ela me deu uma história para contar e isso é algo que sempre vai me deixar feliz, pois sou um contador de histórias, sejam elas vividas por mim ou não.
Melhoramos muito na segunda comemoração, mas essa história fica para outra hora.


Celebremos o amor, meus caros, pois quem o tem de verdade, sabe que esse é o melhor presente de todos.
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